- Lucia Gonzalez e Rose Nunes
O Foca entrevista quer saber: como anda a credibildiade do jornalismo? Para responder a esta pergunta, o Foca Entrevista ouviu pessoas das mais diversas profissões, idades e níveis sócio-econômicos, envolvidos ou não na produção e recepção da notícia. A maioria acredita que algumas notícias divulgadas pelo jornalismo são verdadeiras e outras são fabricadas. Mas há quem duvide da credibilidade. É o caso do estudante de jornalismo, Gustavo Rezende. “Algumas, com certeza são verdadeiras e outras eles fazem talvez para ganhar Ibope ou para ganhar audiência, enfim, mas não tem como provar isso”, diz Gustavo.
Bruno de Andrade, gerente de TI de um centro universitário acha que a maioria das notícias pode sim ser fabricada. "Na verdade fabricação não seria propriamente o termo usado. Não é que as coisas são inventadas, elas são manipuladas para surtir efeito para uma certa posição”, afirma. Já o radialista Gilberto Saavedra acredita que isso depende muito. "Eu acredito que uma parte dela seja verdadeira, porém também depende do órgão que está divulgando a notícia. Eu, pelo menos, como trabalho com a notícia, só mando notícias verdadeiras. Agora, existem notícias de alguns órgãos, eu não vou citar nenhum deles, que a gente vê realmente que aquilo é uma notícia fabricada, que há um interesse de alguma empresa ou governo”, denegrindo a imagem do jornalismo imparcial e isento", comenta.
O Foca Entrevista também ouviu aqueles que apenas lêem jornais ou ouvem as notícias pelo rádio e pela TV. A costureira Marilda Aguiar acha que os meios de comunicação têm credibilidade. “Gosto muito de todos (jornais, TV e rádio), porém noto uma diferença entre os diversos tipos de jornais, na maneira que veiculam as notícias, mas acho que de um modo geral a imprensa respeita as pessoas”, diz.
Outra pergunta feita pelo Foca Entrevista aos entrevistados foi se alguma matéria publicada nos meios de comunicação já o prejudicou. Em destaque, dois casos curiosos: o do pintor publicitário Luiz Carlos Ferreira foi um deles: “Ocorreu um fato comigo em São José do Rio Preto (SP), quando estava pintando uma propaganda na lateral do prédio. Um enxame me atacou, eu joguei uma lata de tinta no meu corpo e fiquei esperando os bombeiros aparecerem para me socorrer. O jornal da região publicou no dia seguinte que eu queria pular lá de cima, mas isso nunca passou pela minha cabeça, ou seja, eles inventaram isso. Fiquei muito chateado”, confessa.
Outro caso mais grave que repercutiu negativamente foi o do engenheiro Otávio Meirelles, que passou a ser desprezado pelas pessoas do bairro onde ele morava, em Belo Horizonte (MG) e resolveu se mudar do local após ser hostilizado pelos vizinhos: “Depois de um bate-boca com meu vizinho , que insistia em jogar lixo todos dias no meu quintal, fui tomar satisfações já que minha mãe, idosa e doente, sempre acabava limpando a sujeira dele. Acabamos nos exaltando e nos xingando verbalmente, só isso. Logo veio a turma do deixa disso, a polícia e a imprensa e todos foram levados para a delegacia, ouvidos e liberados, mas no outro dia, nas primeiras páginas do jornal local estavam estampadas a minha foto e a do vizinho com a seguinte manchete: Engenheiro lutador agride covardemente vizinho – e no corpo da notícia dizia – Em que mundo nós estamos vivendo: vizinho entra em luta corporal com outro e tenta assassiná-lo por motivo fútil – Só porque eu praticava karatê, mas isso nunca aconteceu”, falou indignado.
Enfim, a credibilidade jornalística e a importância da checagem das informações no universo jornalístico é um assunto que sempre vem à tona entre os profissionais e estudantes da área. É importante checar sempre as informações antes de publicar qualquer coisa, ainda mais hoje em dia com o advento da web, onde a notícia corre rápido. Isso vale não só para os webjornalistas, mas também para todos os jornalistas e futuros jornalistas comprometidos com a ética da profissão, respeitando o próximo e informando somente a verdade, sem inventar nada.
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