domingo, 3 de outubro de 2010

O que é UNATI


  • Lucia Gonzalez e Carlos Santos
Entrevista feita com a Professora Rose Cristina Sobral, responsável pela UNATI, no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM).

Foca Entrevista: Professora, o que é a UNATI?
Rose Sobral: A UNATI é a Universidade Aberta à Terceira Idade.

F.E.: Quem pode participar?
R.S.: Pessoas a partir dos 55 anos.

F.E.: Como é que a pessoa se inscreve?  Como é que ela fica sabendo?
R.S.: A Universidade Aberta à Terceira Idade não é uma universidade com um monte de disciplinas, é composta por atividades relacionadas, ou melhor dizendo, direcionadas à melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. São atividades voltadas à saúde, aos cuidados pessoais, para melhorar a auto-estima, a autonomia, para a melhoria mesmo da qualidade de vida.  Então eles chegam, se inscrevem na secretaria da UNATI, que é o meu setor, trazem duas fotos 3x4, atestado médico, número do CPF, identidade e elas pagam R$20,00 (vinte reais) por mês, e tem direito de realizar quatro atividades  dentro do nosso planejamento.
O que nós proporcionamos também é o espaço transgeracional, com palestras de prevenções que acontecem não só para o idoso como também para os alunos de graduação.  Portanto, acontece essa integração do idoso com o nosso aluno e do nosso aluno com o idoso.

F.E.: A informática é algo muito novo até para nós.  Como os idosos estão vendo essa evolução?
R.S.: A informática é uma atividade que é muito procurada, porque eles estão vendo realmente este desenvolvimento da tecnologia; porque eles vão ao banco e tem de saber manusear.  Nós notamos uma inquietação deles com relação a isto, o que faz com que eles procurem o curso.  Hoje, aqui, nós temos três turmas de informática com 23 alunos, todos maiores de 55 anos, fora aqueles que já estão na lista de espera para fazer o curso no próximo semestre.
No dia 20 de setembro iniciamos uma turma nova.  Os professores são alunos do Curso de Informática da instituição.  O curso é o básico de informática e depois eles poderão fazer cursos complementares, que são os cursos de férias que oferecemos abertos as pessoas de todas as idades e aos alunos inclusive.

F.E.: Você acha que a procura é tão grande por esses cursos dentro da instituição, se deve à credibilidade da Unisuam?
R.S.: Sem dúvida, o fator credibilidade pesa bastante nesta escolha, pois eles sabem que aqui realizamos um trabalho sério e com muito carinho.  É maravilhoso acompanhar a auto-estima dessas pessoas, o crescimento deles. Há idosos que realizam uma atividade pela manhã e permanecem aqui à tarde, aguardando para freqüentar outra.

F.E.: Você foi a criadora do projeto?
R.S.: Sim. Foi em 2007 que eu montei o projeto começando com atividade física e dança sênior.  Fiz a captação de idosos na Praça das Nações, mais precisamente no Restaurante Café Bonsucesso, e também no boca a boca.  Hoje já estamos com quase 300 pessoas aqui em Bonsucesso e em Campo Grande temos 27 alunos.

F.E.: Como surgiu a idéia do Curso de Informática para a Terceira Idade?
R.S.: Na verdade trata-se de uma parceria da UNATI com o Curso de Informática da faculdade

F.E.: Como eu procuro a UNATI? Existe algum site da UNATI?
R.S.: A UNATI pode ser encontrada no site da UNISUAM (www.unisuam.edu.br).

sábado, 2 de outubro de 2010

Música e cultura nas igrejas, uma nova forma de exercitar a fé. Por Carlos Santos

  • Carlos Santos                                                                               
    Ele é jovem, gosta de dançar e quer mudar de vez a cara e o estilo de quem, como ele, é frequentador de igrejas. Douglas Moreira Ferreira, 17 anos, mora em Vigário Geral, Zona Norte do Rio de janeiro, e está à frente de um projeto que envolve cultura, música e religião. A ideia surgiu em Junho de 2010 em uma conversa informal com amigos da sua congregação.

    Foca: O que é o projeto Gospel Bronx? 
    Douglas: O projeto tem, como objetivo principal, trazer para os jovens que frequentam a nossa igreja um pouco mais da cultura Hip Hop. A meta principal é banir de vez o preconceito que infelizmente ainda existe por parte de alguns membros das igrejas em geral. Muitos dizem que essa maneira de dança, não é apropriada para se louvar a Deus.


    Foca: Por que tem este nome? 
    Douglas: Gospel, pelo fato de que vamos louvar e orar para Deus. Bronx, por que é o lugar onde tudo começou. Lá, surgiu o primeiro Dj de break, ''kool herc'' que foi eleito o melhor dos anos 80. Ele formou um grupo de dançarinos de nome de B. Boy que tem significado de: Break boy. Na verdade ele inovou o Break Beat, é considerado o ‘pai’ do Breaking.

    Foca: O Bronx é um lugar que os negros norte americanos mostravam sua arte. Eles se reuniam para ouvir suas músicas, que não tinham espaços em outras rádios. Você não acha que esse histórico pode subdividir as pessoas dentro da igreja?  
    Douglas: Quando entramos em uma sala de aula com 10 alunos isso acontece, imagine em uma igreja que concentra muitas pessoas. Fui convidado para um evento de música gospel que vai tocar muito reggae. Muita gente rotulou o estilo como música de maconheiro. O nosso objetivo é tirar essa restrição de que não podemos dançar ou ouvir porque é do ''Mundo''. Temos que usar todas as formas para pregar o evangelho.

    Foca: O que os líderes religiosos estão achando desta sua iniciativa, é bem verdade que hoje em dia temos quase todos os ritmos do ‘mundo’ com letras louvando ao senhor. É possível até ir a uma micareta para Jesus. Como conviver com toda essa modernidade?  
    Douglas: Nós servimos a um Deus onde ele não tem preconceito. Ele não falou em sua palavra'' venha a mim os que estão limpos e bem arrumados. Ele disse: '' vinde a mim todos que estão cansados e oprimidos''. O importante é que pessoas entendam que é mais uma forma para levar a palavra de Deus, para todos, principalmente os mais novos.

    Foca: Você acredita que todo este movimento musical poderá atrair os jovens para dentro da igreja? 
    Douglas: Sim, nós temos hoje à nossa disposição uma grande tecnologia para produzir músicas muito boas.
    Os estilos estão sendo muito bem representados no mundo gospel. O Adriano Gospel Funk, vem agradando muita gente, com suas letras muito legais e com batidas sempre muito contagiantes. No soul, temos o Quarteto File que também é muito bom.

    Douglas Moreira vai realizar um evento que marcará o início das festividades do projeto Gospel Bronx,  que será realizada no Clube União de Vigário Geral, Praça Catolé do Rocha, s/n, no dia 09/10/2010. Os participantes poderão assistir vários shows de grupos musicais, DJs e MCs. "Doug" como é conhecido entre os amigos, conta como vai funcionar a festa. 
    Douglas: Iremos começar às 10 horas da manhã, com workshop de hip hop e danças de rua. Outro fator importante é que as pessoas vão dançar em bases construídas pelos Djs do evento. A partir das 14 horas teremos a apresentação do Oxigênio, que é um grupo de skate cristão. O grafite ficará com o pessoal do Bala Machine, esse que é um dos maiores multiplicadores da cultura que se converteu. O Dj Gorfô de SP, diretamente da terra da garoa e Mf Dj, um dos melhores do Rio quando o assunto é gospel music. Teremos também Dj Mavi, participação especial do grupo Rnape entre muitos outros. Explica.

    Maiores informações pelo blog ou orkut do projeto.
    gospelbronx@hotmail.com

    sexta-feira, 1 de outubro de 2010

    Mobilidade Sustentável


    •  Aline Gil e Jessica Ribeiro

    Entrevista com a bióloga, especialista em gestão e planejamento ambiental, Juliana DeCastro, idealista do projeto que tem o objetivo de difundir e discutir o conceito de mobilidade sustentável, com foco na utilização da bicicleta como meio de transporte sustentável, capaz de reduzir as deseconomias urbanas geradas pela priorização do transporte individual e reduzir a poluição atmosférica.

    * Para saber mais sobre o projeto da Juliana, acesse o blog: http://levonabicicleta.blogspot.com

    Como está a credibilidade do jornalismo?


    • Lucia Gonzalez e Rose Nunes

              O Foca entrevista quer saber: como anda a credibildiade do jornalismo? Para responder a esta pergunta, o Foca Entrevista ouviu pessoas das mais diversas profissões, idades e níveis sócio-econômicos, envolvidos ou não na produção e recepção da notícia. A maioria acredita que algumas notícias divulgadas pelo jornalismo são verdadeiras e outras são fabricadas. Mas há quem duvide da credibilidade. É o caso do estudante de jornalismo, Gustavo Rezende. “Algumas, com certeza são verdadeiras e outras eles fazem talvez para ganhar Ibope ou para ganhar audiência, enfim, mas não tem como provar isso”, diz Gustavo.
               Bruno de Andrade, gerente de TI de um centro universitário acha que a maioria das notícias pode sim ser fabricada. "Na verdade fabricação não seria propriamente o termo usado. Não é que as coisas são inventadas, elas são manipuladas para surtir efeito para uma certa posição”, afirma. Já o radialista Gilberto Saavedra acredita que isso depende muito. "Eu acredito que uma parte dela seja verdadeira, porém também depende do órgão que está divulgando a notícia. Eu, pelo menos, como trabalho com a notícia, só mando notícias verdadeiras. Agora, existem notícias de alguns órgãos, eu não vou citar nenhum deles, que a gente vê realmente que aquilo é uma notícia fabricada, que há um interesse de alguma empresa ou governo”, denegrindo a imagem do jornalismo imparcial e isento", comenta.
               O Foca Entrevista também ouviu aqueles que apenas lêem jornais ou ouvem as notícias pelo rádio e pela TV. A costureira Marilda Aguiar acha que os meios de comunicação têm credibilidade. “Gosto muito de todos (jornais, TV e rádio), porém noto uma diferença entre os diversos tipos de jornais, na maneira que veiculam as notícias, mas acho que de um modo geral a imprensa respeita as pessoas”, diz.
               Outra pergunta feita pelo Foca Entrevista aos entrevistados foi se alguma matéria publicada nos meios de comunicação já o prejudicou. Em destaque, dois casos curiosos:  o do pintor publicitário Luiz Carlos Ferreira foi um deles: “Ocorreu um fato comigo em São José do Rio Preto (SP), quando estava pintando uma propaganda na lateral do prédio. Um enxame me atacou, eu joguei uma lata de tinta no meu corpo e fiquei esperando os bombeiros aparecerem para me socorrer. O jornal da região publicou no dia seguinte que eu queria pular lá de cima, mas isso nunca passou pela minha cabeça, ou seja, eles inventaram isso. Fiquei muito chateado”, confessa.
                   Outro caso mais grave que repercutiu negativamente foi o do engenheiro Otávio Meirelles, que passou a ser desprezado pelas pessoas do bairro onde ele morava, em Belo Horizonte (MG) e resolveu se mudar do local após ser hostilizado pelos vizinhos: “Depois de um bate-boca com meu vizinho , que insistia em jogar lixo todos dias no meu quintal, fui tomar satisfações já que minha mãe, idosa e doente, sempre acabava limpando a sujeira dele. Acabamos nos exaltando e nos xingando verbalmente, só isso. Logo veio a turma do deixa disso, a polícia e a imprensa e todos foram levados para a delegacia, ouvidos e liberados, mas no outro dia, nas primeiras páginas do jornal local estavam estampadas a minha foto e a do vizinho com a seguinte manchete: Engenheiro lutador agride covardemente vizinho – e no corpo da notícia dizia – Em que mundo nós estamos vivendo: vizinho entra em luta corporal com outro e tenta assassiná-lo por motivo fútil – Só porque eu praticava karatê, mas isso nunca aconteceu”, falou indignado.
                     Enfim, a credibilidade jornalística e a importância da checagem das informações no universo jornalístico é um assunto que sempre vem à tona entre os profissionais e estudantes da área. É importante checar sempre as informações antes de publicar qualquer coisa, ainda mais hoje em dia com o advento da web, onde a notícia corre rápido. Isso vale não só para os webjornalistas, mas também para todos os jornalistas e futuros jornalistas comprometidos com a ética da profissão, respeitando o próximo e informando somente a verdade, sem inventar nada.

    Estudante de Direito na época da Ditadura militar relata emocionado a vida dura dos estudantes na época.

    • Lucia Gonzalez e Rose Nunes

               J.S. (nome fictício), 70 anos, brasileiro e advogado, cursou Direito na Faculdade Nacional de Direito (UFRJ) entre os anos de 1967 a 1971. Concluiu o curso de Direito, mas nunca mais se esquece dos anos de terror em que os brasileiros sofreram com a ditadura militar.
                 O Brasil estava mergulhado em pleno regime militar que durou mais de 20 anos - desde o golpe militar, em 1964 (quando depuseram o presidente João Goulart), até 1985 quando o primeiro presidente civil eleito por voto indireto foi escolhido para governar o país. O presidente Tancredo Neves veio a falecer, sendo sucedido pelo seu vice-presidente, José Sarney, que acabou assumindo a presidência.
                  Segundo J.S., “o ano de 1967 foi barra pesada”, diz pensativo. Quando entrou para a faculdade já era casado, tinha duas filhas pequenas e trabalhava em seu próprio escritório de consultoria. “À noite, como estudante de direito, tinha que andar na linha”, segundo suas palavras, para não correr o risco de ser acusado de envolvimento com movimentos de esquerda, preso e torturado, apenas por estudar numa faculdade e ter colegas de turma que faziam parte dos movimentos de resistência ao governo militar (VPR, FLN, UNE etc.). Porém, o Governo Médici (1969 a 1974) foi o pior da ditadura militar.
                  J.S. relatou que durante os anos de 1967 e 1968 praticamente não teve aulas, já que ocorriam vários comícios na cidade do Rio de Janeiro, com a participação inclusive de alguns alunos de direito, levando a suspensão das mesmas.

    J.S. - "Em 1969, nas faculdades, inclusive na de Direito, existiam oficiais das forças armadas infiltrados nas salas de aula, cursando Medicina, Jornalismo, Direito etc, oriundos dos Centros de Informações das Forças Armadas – CIE do Exército, SISA da Aeronáutica e CENIMAR da Marinha – apenas com a finalidade de observar os movimentos estudantis e revolucionários, delatando os supostos membros dos mesmos. Alguns alunos desconfiavam desses novos colegas, já que entraram no meio do curso e ninguém sabia da procedência deles. Mas os ânimos dos mais exaltados e envolvidos nos movimentos estudantis acabaram ofuscando a presença desses dedos-duros, que se aproximavam dos estudantes e até mesmo professores, apenas com a intenção de identificar os supostos subversivos e comunistas – segundo os militares da época – sendo presos torturados e até mortos, porém muitos nem faziam parte de movimento nenhum de esquerda”. 

                Mais tarde, J.S. teve a confirmação de que um de seus colegas de turma era um General de Brigada e veio do Rio Grande do Sul estudar na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, para se infiltrar no CACO (Centro Acadêmico Cândido de Oliveira), especialmente com essa missão de identificar os componentes dos grupos que faziam oposição ao governo militar.
                 Eram anos difíceis e muitos foram presos injustamente, sem o menor critério de avaliação do histórico da pessoa que os componentes do DOI-CODI ou DOPS resolviam prender. A paranóia era tão grande que esses agentes suspeitavam de tudo e de todos.
     
    J.S. - Não podia se envolver, pois se a pessoa se envolvesse acabava sumindo do mapa. Muitos foram mortos, outros exilados e outros tantos continuam desaparecidos até os dias de hoje. Houve baixas de ambas as partes, do lado dos militares e do lado dos militantes, mas acredito que as baixas por parte dos presos políticos foram em maior número, sendo que muitos só estavam lutando por um ideal e chegava a ser uma luta desleal, de David contra o gigante Golias, já que os militares tinham muito mais aparato e subsídios para fazer o que fizeram”.

                  Outros colegas de turma, que tiveram a patente militar cassada (Almirante, Capitão de Mar e Guerra etc.) por envolvimento com movimentos de oposição ao regime militar, acabaram ingressando na faculdade de Direito com a intenção de prestar posteriormente o concurso público como advogados. Porém mesmo passando, não podiam assumir o cargo devido ao seu histórico reprovado pelos militares a favor do governo, sendo perseguidos para o resto da vida, presos e até torturados.
                   A perseguição aos estudantes, jornalistas, artistas e militantes era grande nos anos de 1969 a 1974, nos quais a prática de tortura foi praticamente oficializada pelo Governo Médici, para obter a confissão dos presos. J.S. afirma que os militares não aliviavam ninguém.

    J.S.“Por outro lado, muita gente da minha turma de Direito estava envolvida nos movimentos revolucionários e de luta armada contra o regime militar. Para se ter uma idéia, parte dos presos políticos libertados e banidos para a Argélia, em troca da liberdade do Embaixador da Alemanha eram ex-colegas de turma da faculdade e outros foram presos, torturados, além de alguns desaparecidos”.

                 Os artistas e políticos da época que não concordavam com o regime militar e foram perseguidos, tiveram que se refugiar em outros países ou foram na condição de exilados para o Chile, Uruguai, Cuba e até mesmo Europa. Dentre eles Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Leonel Brizola, José Dirceu, César Maia, Vladimir Palmeira etc. Os que ficaram por aqui foram presos, torturados, muitos deles mortos e alguns desapareceram.

    J.S. “Muitas vezes a pessoa não tinha nada a ver com tudo isso, mas bastava ter em casa um livro, um jornal, um panfleto, uma fita K7 ou qualquer coisa que fosse considerada subversiva pelos militares, que a pessoa era presa, colocada dentro de um camburão preto, sem identificação nenhuma e conduzida para averiguações, sendo que em alguns casos desaparecia da face da Terra. Esse tempo me lembra muito o tempo da Inquisição. Um verdadeiro terror!

                   No Governo Figueiredo (1979 a 1985) foi aprovada a Lei de Anistia, permitindo o retorno de milhares de exilados políticos, ao Brasil, concedendo o perdão a ambos os lados: aos presos políticos que cometeram crimes políticos e aos militares que participaram das ações repressivas, prisões, torturas etc.
                   Alguns militares mais radicais não concordaram com o fim da ditadura e promoveram atos terroristas como cartas-bombas deixadas na OAB, ABI, bancas de jornal e o mais famoso caso da bomba que explodiu durante o show do Riocentro.

    J.S. “Muita gente exilada voltou ao país com a aprovação da Lei da Anistia, porém alguns voltaram ainda receosos e com certeza não eram mais os mesmos. Os atos bárbaros cometidos pelos militares da época ficarão marcados para sempre em seus corpos e principalmente em nossas memórias. Após ter me formado em Direito perdi o contato com colegas que sei que foram presos e soltos posteriormente, outros nunca mais os vi. Desapareceram completamente, sem deixar o menor vestígio, para a infelicidade dos familiares e dos amigos que não puderam enterrá-los”.